Nada
é melhor para o desenvolvimento da mente que contemplar a divindade. Trata-se
de um assunto tão vasto, que todos os nossos pensamentos se perdem em sua
imensidão; tão profundo que nosso orgulho desaparece em sua infinitude.
Podemos compreender e aprender muitos
outros temas, derivando deles certa satisfação pessoal e pensando enquanto
seguimos nosso caminho: “Olhe, sou sábio”. Mas quando chegamos a esta ciência
superior e descobrimos que nosso fio de prumo não consegue sondar sua
profundidade e nossos olhos de águia não podem ver sua altura, nos afastamos
pensando que o homem vaidoso pode ser sábio, mas não passa de um potro
selvagem, exclamando então solenemente: “Nasci ontem e nada sei”. Nenhum tema
contemplativo tende a humilhar mais a mente que os pensamentos sobre Deus...
Ao
mesmo tempo, porém, que este assunto humilha a mente, também a expande. Aquele
que pensa com freqüência em Deus terá a mente mais aberta que alguém que apenas
caminha penosamente por este estreito globo... O melhor estudo para expandir a
alma é a ciência de Cristo, e este crucificado, e o conhecimento da divindade
na gloriosa trindade. Nada alargará mais o intelecto, nada expandirá mais a
alma do homem que a investigação dedicada, cuidadosa e contínua do grande tema
da divindade.
Ao
mesmo tempo que humilha e expande, este assunto é eminentemente consolador. Na
contemplação de Cristo existe um bálsamo para cada ferida; na meditação sobre o
Pai, há consolo para todas as tristezas, e na influência do Espírito Santo,
alívio para todas as mágoas. Você quer esquecer sua tristeza? Quer livrar-se de
seus cuidados? Então, vá, atire-se no mais profundo mar da divindade; perca-se
na sua imensidão, e sairá dele completamente descansado, reanimado e revigorado.
Não conheço coisa que possa confortar mais a alma, acalmar as ondas da tristeza
e da mágoa, pacificar os ventos da provação que a meditação piedosa a respeito
da divindade.
(Charles
Haddon Spurgeon)