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domingo, 7 de novembro de 2010

O Cânon (A bíblia - Parte II)

A palavra cânon tem raiz na palavra “cana”, “junco”. O junco era usado para medir e, por fim, veio a significar padrão. Mais tarde teve o sentido de lista ou rol.

Na questão da Bíblia, cânon significa “uma lista de livros oficialmente aceito”.

Possivelmente houve cinco princípios orientadores, empregados para determinar se um livro do N.T. era ou não canônico.
Revela autoridade?
É Profético?
É autêntico?
É dinâmico?
Foi aceito, guardado, lido e usado?

1) O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO
A Bíblia foi um dos primeiros livros importantes a ser traduzido (Septuaginta: tradução em grego do A.T. hebraico, por volta de 250 a.C.) A Septuaginta trazia os mesmos livros que compõem o atual Cânon veterotestamentário.

Mileto, bispo de Sardes, elaborou a mais antiga lista do cânon do Antigo Testamento, em 170 A. D.

2) O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO
O fator básico para determinar a canonicidade do N.T. foi a inspiração divina, e o principal teste da inspiração foi a apostolicidade, que inclui a autoria apostólica ou a aprovação apostólica.

Atanásio de Alexandria (367 A.D.) nos apresenta a mais antiga lista de livros do N.T. que é exatamente igual a nossa atual.

Irineu (180 A.D.); A importância de Irineu está no seu vínculo com a era apostólica. Seus escritos confirmam os reconhecimentos canônicos dos quatro evangelhos, Atos, Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Coossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteos, Tito, 1 Pedro e 1 João e Apocalipse.

Quando finalmente o Concílio da Igreja - o Sínodo de Hipona (393 A.D.) - elaborou uma lista dos 27 livros do N.T., não lhes conferiu qualquer autoridade que já não possuíssem, mas simplesmente registrou a canonicidade previamente estabelecida.

3) LIVROS APÓCRIFOS

A palavra apócrifo vem do termo grego apokruphos e significa "oculto" ou "escondido".

Jerônimo que viveu no quarto século foi o primeiro a chamar de apócrifos esse grupo de livros no Antigo e no Novo Testamento e que são aceitos pela Igreja Católica.

Vejamos algumas razões para que os livros apócrifos não terem entrado na lista dos canônicos:
* Estão repletos de discrepâncias históricas e geográficas.
* Ensinam doutrinas falsas ou confusas que divergem do restante do contexto das Escrituras Sagradas.
* Apelam para estilos literários e apresentam uma artificialidade no trato dos assuntos, com um estilo que destoa das Escrituras.
* Faltam-lhes os elementos que conferem caráter divino, como, por exemplo, a autoridade profética.

3a) Apócrifos do Antigo Testamento
1 Esdras: fala da volta dos judeus da Babilônia, mas acrescenta muito material lendário.
2 Esdras: uma obra apocalíptica. Segundo dizem, Martinho Lutero ficou tão confuso com esse livro que o jogou em um rio.
Tobias: um breve romance. A afirmação contida neste livro de que as esmolas trazem o perdão dos pecados é claramente contrária às Escrituras.
Judite: uma obra fictícia e farisaica.
Adições a Ester: possui longas orações atribuídas a Mordecai e a Ester.
Sabedoria de Salomão
Eclesiástico: Em seus sermões John Wesley cita inúmeras vezes este livro.
Baruque
A história de "Susana": equivalente ao capítulo 13 do livro de Daniel.
Bel e o Dragão: equivalente ao capítulo 14 de Daniel.
O Cântico dos Três Hebreus
A Oração de Manassés
1 Macabeus: é talvez o mais valioso livro apócrifo, pois descreve as façanhas dos três irmãos macabeus - Judas, Jonatã e Simão.
2 Macabeus: relata as vitória de Judas Macabeus. Geralmente se considera que é um livro de caráter mais lendário que 1 Macabeus.

3b - Testemunho histórico sobre a não inclusão desses livros no Cânon.

Filo um filósofo judeu de Alexandria (20 a.C. - 40 A.D.), citou muito o A.T., mas jamais citou apócrifos como sendo inspirados.

O historiador judeu Josefo (30-100 A.D.) exclui claramente os apócrifos. Também não os cita como Escrituras.

Jesus e os escritores do N.T. nem uma única vez citam os apócrifos.

Os estudiosos judeus reunidos em concílio em 90 A.D. não reconhecem os apócrifos.

Nenhum concílio da igreja cristã, até o quarto século, reconheceu os apócrifos como inspirados.

Muitos dos grandes Pais da Igreja atacaram pesadamente os apócrifos, como Orígenes, Cirilo de Jeruslém e Atanásio.

Jerônimo (340-420 A.D.), o grande erudito e tradutor da Vulgata, rejeitou que os apócrifos fizessem parte do Cânon.

Durante a reforma muitos estudioso católicos rejeitaram os apócrifos.

Não foi senão em 1546 A.D., numa atitude polêmica tomada no Concílio de Trento, dentro da Contra-Reforma, que os livros apócrifos receberam pleno reconhecimento canônico por parte da Igreja Católica Romana.

3c - Principais Apócrifos do Novo Testamento
As epístolas de Pseudo-Barnabé
Epístola de Clemente
Pastor de Hermas
Didaquê
Apocalipse de Pedro
Os Atos de Paulo e Tecla
Epístola aos Laodicenses
Evangelho segundo os Hebreus
As Sete Epístolas de Inácio

Fonte: Escola da Bíblia

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