Tinha muleta e bengala
Em que me apoiava.
Elas, eram meus pais...
Hoje, elas não existem mais.
Na muleta e na bengala
Apoiei toda uma vida.
Vida de certezas e incertezas.
Vida de calma e asperezas...
Nessas; elas, foram machucadas
Ficaram velhas, descascadas...
Ao invés de consertá-las
Mais as usava.
Quando a muleta perdi
Na morte de meu pai;
Agarrei-me a bengala querida,
Ou seja, aquela que me deu a vida.
Ela, mesmo gasta,
Agüentou as derrocadas
Às quais
Eram por mim, colocadas.
O tempo é cruel.
As conseqüências do fel
Levou-a ao mesmo fim,
Da muleta em mim...
Caminhando de quatro
Perambulava pelo quarto.
Comia do que no chão, tinha.
Agora, era assim minha vida.
Olhando o vazio à volta
Senti que mesmo nesta hora
Ali, alguém existia.
De cócoras, esperava a mão amiga.
Os dias, os meses se passaram.
As dores nas pernas, intensificavam.
Já não conseguia me levantar;
Deitei-me deixando o tempo passar.
A morte, já era minha companheira,
Conversávamos todo dia.
A esperança havia sumido,
Esperava a morte, sorrindo...
Mas alguém tinha outro plano,
Me olhou com olhar santo.
O passado, não levou em conta.
Então, me tirou da lama...
Foi rápido e certeiro
Modificou-me por inteiro.
Num invisível abraço
Senti o amor de cristo!
Hoje, não preciso de muleta ou bengala.
Tenho um relacionamento de amor
Com meus pais falecidos.
Um amor que no peito; cala.
Descendo da cruz;
Como morreu, ressuscitou Jesus
A fim de com os braços abertos
Dar um abraço invisível; nos perdidos!
(Serezeiro)
serezeiro@hotmail.com
serezeiro@yahoo.com.br
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Abraço Invisível
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